RESUMO O artigo propõe uma interpretação acerca da paradoxal emergência de governos não democráticos e neoliberais em países onde ocorreram, a partir de 2009, ciclos de confronto político associados a demandas por democratização e justiça econômica. Buscam-se, na subjetividade e na moralidade prevalecentes entre ativistas , elementos que influenciam, ainda que de modo não linear e em conjunto com uma miríade de outros fatores, o desfecho não raramente frustrante das mobilizações. Discute-se, em especial, com base na filosofia política de Jodi Dean, o modo como a subjetividade individual neoliberal e a moralidade da autocompaixão sugerem a presença, no interior das lutas sociais, de aspectos quintessenciais da realidade que se pretendeu transformar.
ABSTRACT This essay presents a theoretical interpretation for the paradoxical emergence of non-democratic and neoliberal governments in countries where, starting in 2009, contention cycles related to democratization and economic justice grievances have taken place. We look at the prevalent subjectivity and morality among activists, in order to detect factors that – among a myriad of other causes – influence (although in a non-linear way) the frustrations related to the outcomes of the mobilizations. We address, especially, anchored on Jodi Dean’s political philosophy, how a subjectivity based on the individual and a self-compassion morality suggest the presence, inside the realm of social struggles, of aspects quintessentially bounded to the same reality that the movements aimed to change.
RESUMEN Eso artículo propone, de manera teórica, una interpretación sobre el surgimiento paradójico de gobiernos no democráticos y neoliberales en países donde, desde 2009, ha habido ciclos de confrontación política asociados con demandas de democratización y justicia económica. Se busca en la subjetividad y la moralidad prevalecientes entre los activistas durante la Ola Global de Protestas elementos que influyan, aunque no linealmente y en conjunción con una miríada de otros factores, el resultado a menudo frustrante de las movilizaciones. Se discute, especialmente, con base en la filosofía política de Jodi Dean, la forma en que la subjetividad neoliberal individual y la moralidad de la autocompasión sugieren la presencia, dentro de las luchas sociales, de los aspectos por excelencia de la realidad que pretendía transformar.